terça-feira, 28 de abril de 2009

Coisas que não mudam

Enchente no bairro Jardim Botânico em 1988

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Solidão do mundo


O mundo te programa para ser infeliz. Faz você se sentir um nada, comprar roupas, jóias, carros, amigos..compra teu sol, teu sorriso, tua vida! Te faz achar que casar é chato, que não beber é chato, que ser caseiro é chato, e que "ser feliz assim" é uma merda!

A sua vida não é primeira capa da caras? Que maravilha! Esse é o caminho, mas..

Eis que de repente você tem 30 ou 40 e se sente um adolescente. Não tem mais tempo, e tudo o que queria naquele momento era ficar um pouco mais na rua, jogando conversa fora sentado no meio fio. Parece impossível demais para esse compromissado ser?

E o solo daquela música? Não é mais tão interessante? Eu duvido. Ele te persegue diariamente. Você ACHA que a vida é feita de fases. Mas a fase da nossa vida é cada passo que os nossos pés dão. O que te impede de sair agora pela rua e se encontrar com você mesmo? Você não é ridículo, e sim essa sociedade que te cobra movimentos programados. E é aí que muitos são pegos, nessa "ladainha barata século 21".

E um reflexo disso tudo é a frieza humana. Idosos que mal podem andar nas ruas pedindo esmola, e tudo ali tão indiferente. Eu não quero salvar o mundo, mas não é possível que só eu veja aquela pessoa ali. Por onde andou? O que fez? Como pode estar distante do mundo daquela forma? Não dá pra culpar só a burguesia dominante, nós temos braços também, e sempre sobra (porquê é de sobra que eles vivem) um pedaço de pão e um pouco de gentileza no fim do dia. Tem coisas que nós podemos fazer agora e não adianta botar a culpa no presidente.

Ainda dá tempo de acertar?

Resposta do Renato Russo: "Temos todo o tempo do mundo.."


terça-feira, 21 de abril de 2009

O resto é silêncio

(foto retirada da internet)

Não há como esquecer de Hamlet. Construí na minha mente toda a Dinamarca, cada pedaço daquele príncipe fora dos padrões "reais" da palavra. Já havia visto algumas encenações desta bela tragédia, mas Hamlet renasceu com Wagner Moura.

Hamlet estava ali o tempo todo. Em cada respiração, em cada frase que saía era nítido o comando. Às vezes era difícil se desligar do Hamlet e perceber que o Wagner estava ali: Tão mergulhado, tão perfeito, tão Hamlet!!! Quem lê Shakespeare e vai ao teatro com toda aquela sede, sabe da importância do bom ator em cena, mas com uma coisa eu não contava: já não consigo imaginar Hamlet sem Wagner. Essa sintonia, sem esforço, que naturalmente vai conquistando a platéia e faz você dizer em silêncio: - Quero que o tempo pare. É um momento único. A peça termina e você quer mais....mais Hamlet e mais Wagner!

Mas como o tempo não para na verdade dos (meus) dias, deixo ele parado aqui nessas palavras silenciosas e recomendo: Hamlet!